Nacodependências

a bigamia dos sentidos...

sexta-feira, julho 20, 2007

Os carros das nossas vidas



Desde os alucinantes anos 90 que deixámos de depender da bela da camioneta de carreira e das boleias (tantas vezes pedidas para Ribeira e SA – principalmente ao “Ambrósio”).
Tornámo-nos autónomas e passámos a ter o nosso próprio meio de transporte.
E, como tudo o que acontece connosco, todos tiveram as suas histórias…

O Panda da Pepé – não há amor como o primeiro!

O RI-96-11 foi o nosso primeiro bijou. De cor vermelha, era todo-o-terreno mesmo sem o ser (salvo quando nos deixou atoladas em S. Lourenço).
Muitos quilómetros percorreu, entre o Lizandro e Ribamar, ao som de Rolling Stones, David Bowie, Meat Loaf e Beach Boys, sempre com a lotação esgotada e quando não ficava sem gasolina.
As suas entradas triunfais na SA tornaram-se lendárias, principalmente aquela em que subiu a rampa a deitar fumo por todos os lados e a de um tira-teimas (que levámos a melhor, claro!), enquanto o rádio debitava alto e a bom som “You can’t always get what you want”.
Mas, como mesmo os primeiros amores são substituídos, o Panda acabou por encostar à boxe.

O Vitara – o dançarino!

Da nossa amiga RBH, ainda chegou a acompanhar o Panda. Mas muito ERA e George Michael se ouvia naquele jipe!!!
O seu momento alto foi quando se armou em acrobata e nos projectou, às cambalhotas, para a berma da estrada – mais à frente teríamos ido falar com os peixinhos!
Porém saímos ilesas e até os brincos da Joanico escaparam…

Os 3 Renault 5 – o descalabro!

Primeiro, o “Bombeiros Voluntários” branco da Peppermint, o mais calmo e sensato de todos (como a dona).

Depois, o também branco (sujo) da Pepé, mais acidentando (o vir substituir o Panda tem muito que se lhe diga…)
Após vários riscos, amolgadelas e danificações de mecânica, eis que surge “A Noite da Melancia”…
Estávamos em Ribeira, de partida para a malograda festa da SA. Ao deixarmos o estacionamento surge-nos outra viatura no caminho que embica para a nossa dianteira, dando-lhe um valente panadão!
O condutor da dita, uma 4L, sai de lá totalmente torto e atarantado (devia ter algum problema – coitado) e, depois de ter balbuciado algumas palavras praticamente imperceptíveis, desata a correr na direcção do bar. Acabámos por chegar à conclusão de que fugiu pelos montes!
Polícia, reboque, o diabo a sete… Valeu-nos a melancia de que nos havíamos esquecido e que ele transportava para a festa - ainda lá fomos parar.
Nos meses que se seguiram o Renault andou com a fachada em obras, de pára-choques preso por cordéis!
Moral da história: a Joanico nunca mais usou os brincos…

Por último, o cinzento da Maricotinha, que detinha uma aparelhagem sonora de maior valor que ele próprio!
Em compensação, a sua memória era grande, pois conhecia melhor o caminho para casa que a sua dona…

O Cinquecento – o ambicioso!

Também de cor cinzenta, pertencia à Tita. Com metas mais ambiciosas, não se contentou em ficar pela Ericeira e levou-nos para outras paragens – fomos até Sintra!

O Fiat Uno – o desastre!

Acabadinho de sair do stand, o novo “ai Jesus” da Pepé, ainda de bordeaux polido, mal rolou os primeiros metros espetou-se com toda a força!
Em plena noite de Carnaval, era ver um rebuçado andante a colocar o triângulo e um palhaço a discutir com o infractor.
Teve os dias contados…

O Citroën AX – a discoteca ambulante!

Não fora a sua dona, Maricotinha, ter pretensões de se tornar disk jockey de alto gabarito!
Irrequieta caixa de fósforos branca, era felizmente dotado de uma capacidade de memória superior à do Renault…

O Panda 4X4 Country Club – o destemido alpinista!

O verdadeiro todo-o-terreno da Pepé, veio concretizar-nos os sonhos de galgar montes e paredes, sem nunca nos deixar ficar mal.
Não fosse ele verde… Ganda maluco!!!

O Beetle – o ex-libris!

Mesmo com alguma maturidade, o raro exemplar azul-escuro, de estofos de pele branca e caixa automática, da Peppermint, também fez das suas…
Sim… nada como percorrer uma rua inteira em sentido contrário, com o carro da polícia atrás! Como se não bastasse, feliz tentativa de dissuasão aos dois polícias compreensivos… Gajas!!!

E pronto. Outros houve pelo meio, não menos importantes mas sem tanto carisma!
Mas mais virão…


2Beetle
Maricotinha
Peppermint Patty

3 Comments:

  • At 4:41 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Sem sombra de dúvida os meus dois carros favoritos e com mais histórias para contar.
    Se me deixarem ainda volto ao meu beetle ou a um mini couper S quem sabe.
    Quais carrinhas Audi ou mercedes quais quê......

     
  • At 12:38 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Que saudades do cinquecento, companheiro de tantas aventuras.Pequenino mas muito jeitosinho...
    E saudades do R5, do Panda, do vitara...Melancolia de cóta!
    Viva os carros da nossa juventude!
    Tita

     
  • At 8:00 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Ai a novralgia, a novralgia... Eu, com os meus, tinha um pequeno problema: aos sábados e domingos de manhã (lá pelas 15, 16 horas) nunca sabia onde estavam estacionados!

     

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