Nacodependências

a bigamia dos sentidos...

sexta-feira, maio 20, 2005

Ah pois é!...

QUASE
(Luis Fernando Veríssimo)

Ainda pior que a convicção do não, ou a incerteza do talvez, é a desilusão de um "quase".
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra cobardia e falta coragem, até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, ou o sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que a fé mova montanhas (diz ele), nem que todas as estrelas estejam ao nosso alcance.
Para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória, é desperdiçar a oportunidade de a merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu!

(Obrigada ARC – beijos!)

2Beetle
Maricotinha
Peppermint Patty

7 Comments:

  • At 12:28 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Não é o que a vida faz por nós, mas sim o que nós fazemos por ela...
    Bom fds, boa praia, sol, basicamente nada como aproveitar os bons momentos...
    jocas

     
  • At 4:51 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Minha querida... é para todos nós que este texto serve!
    Sinto-me feliz nesta fase da minha vida e este texto só me vem fazer voltar à prática outros dos meus conceitos de vida!

    Obrigada por mos relembrares... MAIS UMA VEZ!

     
  • At 11:32 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    epah..o quase deixa-nos sempre com a franca sensação que estamos a perder alguma coisa, quase conseguimos, quase fomos lá...tramado

     
  • At 12:48 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Os quases são como as bruxas: Não acredito deles, mas que os há, há!

    Ora vê... Quase que falamos, quase que caias, quase que vomitavas, quase que fomos expulsos.

    (PS: Sim, sim, li tudo e deixei comentários por ai e por ali)

     
  • At 9:16 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Pois... foi quase...

     
  • At 10:41 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Olha... e eu quase que não comentava este texto. Gosto pouco de quases e de "e se"s, mas na verdade muitas vezes surgem na nossa vida e, tantas delas, não temos como os evitar. "Hesitar... hesitar... não, não consigo evitar..." é de uma música de que te deves lembrar... espero que não hesites em marcar a tal partida de snooker, preciso de desenferrujar e consta que és uma adversária de respeito! Beijos...

     
  • At 1:52 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Nem hesitar... nem evitar... a vida é muito curta para se complicar...

    Quanto às "bruxas", nada como lhes fazermos frente...

    Bora lá jogar... estou sempre pronta para a vitória!

     

Enviar um comentário

<< Home